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Sabedor das artes e ofícios da cultura caiçara, faz canoa e rede para a pesca artesanal, conhecida como pesca de cerco. Conhecedor das plantas e capoeiras, dos segredos da mata e do mar, é reconhecido como Mestre. “Nascido e criado e com os filhos criados”, na Praia Grande da Cajaíba, Paraty, RJ, segundo suas palavras, atua como líder comunitário em luta cotidiana pela manutenção dos territórios tradicionais. É membro do Fórum das Comunidades Tradicionais (FCT) e Mestre do Projeto Encontro de Saberes na Universidade Federal Fluminense (UFF). É pai de Ademar (Cacaio), Ademir (Chibico), Maria, Lila (Cocota), Cristina (Kika), Benedito (Titinho), Adelino, Alef Altamiro (Alef) e Lenon.

"Eu aprendi muito com a minha mãe, Cristina Bernardina dos Santos. Ela era benzedeira, rezava crianças doentes contra mau olhado, cobreiro e também contava muitas histórias da época dos índios, escravidão, da nossa bisavó que era escrava no tempo do café. Ela fazia esteira, balaio, melado de engenho, rapadura, doce de limão. Ela comia da roça, o que plantava, milho, batata, feijão, abóbora, pepino, melancia, mandioca fazia farinha e polvilho. Meu pai, Francisco Corrêa, era moreno e também rezava contra o demônio, na sexta-feira da Paixão, que o pessoal juntava. Ele fazia peixe seco, fazia seu fumo, colocando num tubo de bambu, cabaça, bucha e o amendoim e a cana que ele vendia na cidade. Ele gostava muito de contar histórias do tempo que os animais falavam, ouvi muito e aprendi com ele. E ele dançava o bate-pé, nas cirandas, cana verde, caranguejo, nos bailes e nos oito dias da Festa do Divino.".

Mestre Altamiro dos Santos

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