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Na defesa de seu território, a comunidade da Praia Grande da Cajaíba participou, em dois momentos, de projetos de cartografia social. Cartografou seu território, tanto o vivido nos dias de hoje, com os pontos de cerco, as roças, os usos que fazem da mata, as casas, os ranchos, como todo o território que ocupavam antes de a violência fundiária ali chegar.

A cartografia social é um processo de pesquisa que envolve muitos saberes e rompe com a ideia de uma gramática dura cheia de traçados, pontos e fronteiras fixas, acessível somente a engenheiros, geógrafos e cartógrafos, representando um espaço geográfico como um artefato imobilizado. A cartografia social se vale dessa gramática dura e de seu instrumental tecnológico, mas a tensiona trazendo para a cena outros chãos epistemológicos de compreensão de mundos e outras ontologias, ou seja, outras formas de conhecer e de estar no mundo. A cartografia social, rompendo com a linearidade do tempo, enlaça a memória - daqueles que sempre viveram em seu chão - com os usos atuais e  com projetos para o futuro.

Produzindo mapas outros, mapas seus, que expressam lutas e potências territorializadas em séculos de colonialidade e décadas de violência fundiária, a comunidade da Praia Grande geo-grafa seu território.

No “Projeto Povos: território, identidade e tradição”, a cartografia social da Praia Grande encontra-se com os mapas produzidos por todas as comunidades da península da Juatinga. É a expressão viva do território.

Pela primeira vez, nós por nós mesmos. Nós, os povos tradicionais de Angra dos Reis, Paraty e Ubatuba, dizendo quantos somos, como vivemos e o que buscamos para a realização plena dos nossos direitos.” (Projeto Povos - Territórios da Península da Juatinga, p. 6 -7).

As duas cartografias estão disponíveis nos links abaixo.

cartografias da Praia Grande da Cajaíba

cartografia social

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