
O crescimento do turismo em Paraty é uma realidade e vem se apresentando como oportunidade de trabalho e renda às comunidades tradicionais da região.
Em oposição ao turismo predatório, que não dialoga e respeita a cultura e a natureza, o Turismo de Base Comunitária (TBC) vem se consolidando nas comunidades tradicionais da região e se tornou uma importante alternativa para a comunidade caiçara da Praia Grande da Cajaíba, articulando práticas e saberes tradicionais, possibilitando geração de renda e valorização do patrimônio cultural.
O TBC, hoje, é uma ferramenta de luta, de acesso à memória e de preservação do território, protagonizado e gerido pelas comunidades. A adesão à Rede Nhanderekó* vem sendo incentivada pelo ICMBio na Praia Grande da Cajaíba, pois o Turismo de Base Comunitária foi definido como Prioridade Alta do Plano de Manejo da APA Cairuçu, uma vez que, durante as consultas locais então realizadas, foi mencionado como componente da visão de futuro de todas as comunidades.
Quintais caiçaras, roças, casas de farinha, pesca de cerco, tessitura de cestos, casas de taipa, culinária caiçara, passeios de canoas, cachoeira, mergulho e boas prosas com os Mestres da Cultura são alguns expoentes do TBC na Praia Grande da Cajaíba, aliando cultura ancestral e natureza.
Todos esses elementos estão fundamentados nos princípios da Rede Nhanderekó de turismo de base comunitária, ligada ao Fórum de Comunidades Tradicionais (FCT), da qual a Praia Grande da Cajaíba faz parte, igualmente apoiados pelas diretrizes do TBC em UCs Federais publicados no Seminário de Áreas Protegidas e Inclusão Social.
* Nhanderekó é uma expressão guarani - pode ser entendida como ‘nosso jeito de ser’ - inspiradora do nome da rede de Turismo de Base Comunitária (TBC) que acontece, aproximadamente desde 2003, na região de atuação do Fórum das Comunidades Tradicionais (FCT) de Paraty, Angra dos Reis e Ubatuba.